Lançado no final da década de 60, o A300 foi a primeira aeronave desenvolvida e produzida pela Airbus e foi essencial para consolidar o nome da fabricante em um mercado na época disputado por McDonnell Douglas, Boeing, Lockheed, entre outras.
Em 1980, o jato, que foi o primeiro widebody bimotor do mundo, chegou ao Brasil para voar na Cruzeiro, marcando a estreia da Airbus no País, no entanto, a primeira interessada no modelo foi a TransBrasil. A aérea de Omar Fontana não recebeu o A300 porque a compra foi vetada pelo DAC.
Depois da Cruzeiro e da Varig, o primogênito da Airbus ganhou as cores da Vasp. O contrato entre a companhia estatal do Governo do Estado de São Paulo e a fabricante foi assinado em outubro de 1980. A Vasp adquiriu três unidades do A300B4, além também de nove A310, mas por conta de uma interferência do DAC, a empresa foi autorizada a adquirir somente o A300-B2K, que não tinha o tanque de combustível central, proporcionando um alcance menor ao jato.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 1 IMG 0492](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/IMG_0492-300x200.jpg)
Os dois primeiros, PP-SNL (MSN 202) e PP-SNM (MSN 205), chegaram ao Brasil com poucos dias de diferença em novembro de 1982, ambos no Aeroporto de Congonhas, onde foram recebidos com festa. A companhia aproveitou os aviões para lançar seu novo esquema visual.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 2 Chegada do Airbus em CGH](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Chegada-do-Airbus-em-CGH-300x157.jpg)
O terceiro, PP-SNN (MSN 225), chegou em janeiro do ano seguinte. Para promover seus novíssimos A300, a Vasp os apelidou de Epaminondas, enfatizando em uma campanha publicitária o tamanho da aeronave.
Entre junho de 1990 e junho de 1991, o PP-SNN foi repassado à Lloyd Aéreo Boliviano, empresa que, naquela época, passava a fazer parte do grupo Vasp Air System.
Configuração Interna
O trio de A300-B2K da aérea paulistana ganhou a configuração para 240 passageiros, com 26 assentos na Executiva e 214 na Econômica.
Rotas
A Vasp os escalou inicialmente para operar duas linhas a partir de Congonhas. Ambas conectavam o terminal paulista com Manaus, mas com escalas intermediárias diferentes. Uma contava somente com uma parada em Brasília, enquanto a outra tinha escalas no Rio de Janeiro/Galeão, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, antes de chegar na capital amazonense.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 8 IMG 0316](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/IMG_0316-300x200.jpg)
Em 1984, a companhia começou a empregar os bimotores da Airbus também em voos internacionais para Aruba e Orlando, mas por conta do alcance limitado, era necessária a realização de escalas em Brasília ou Manaus. Buenos Aires e Porto Alegre também passaram a fazer parte da malha do trio.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 9 IMG 0632](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/IMG_0632-300x200.jpg)
Com a inauguração de Guarulhos no ano seguinte, a Vasp deixou de operar com o A300 em Congonhas e transferiu as linhas do jato para o novo terminal.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 10 IMG 0317](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/IMG_0317-300x200.jpg)
Os voos que se tornaram, com o tempo, emblemáticos para o A300 na Vasp foram o VP290 (Guarulhos-Brasília-Manaus) e VP291 (Manaus-Brasília-Guarulhos).
Parando aos poucos
No final da década de 1990, a Vasp começava a atravessar uma turbulência, que foi se tornando cada vez mais severa. A empresa devolveu todos os seus MD-11s, conhecidos como “Astros da Vasp”, entre 1998 e 2001, ano em que um de seus A300 foi estacionado e jamais voltou a voar.
O PP-SNL foi retirado da malha de voos comerciais para a realização de um Check D nas instalações da companhia em Congonhas. A manutenção nunca foi concluída, o SNL jamais voltou aos céus e acabou sendo canibalizado. Suas peças foram reutilizadas nos outros dois ainda ativos.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 11 IMG 1693](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/IMG_1693-300x225.jpg)
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 12 142617 970x600 1](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/142617-970x600-1-300x186.jpg)
Três anos mais tarde, em 2004, um dos motores do PT-SNN explodiu durante a decolagem de Recife. A aeronave regressou à capital pernambucana monomotor. Para conseguir trasladar o exemplar até São Paulo, a Vasp retirou um dos motores do SNM e o “emprestou” para o SNN. A empresa não tinha motores reservas para o modelo naquele momento.
O SNN foi trasladado com sucesso para Guarulhos e o motor devolvido ao SNM. Posteriormente, o SNN teve seu motor substituído, mas logo precisou parar para efetuar um Check C, que também não foi realizado e o jato acabou não decolando mais, ficando em Congonhas até 2012, quando foi desmontado.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 13 IMG 1690](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/IMG_1690-300x225.jpg)
O fim do SNM foi em Guarulhos. Ele estava por lá quando o DAC impediu a Vasp de voar. O exemplar foi arrematado em um leilão, mas seu proprietário não o retirou dentro do prazo determinado e o SNM acabou desmanchado na madrugada de 17 de fevereiro de 2016.
![Relembre: a Vasp e o Airbus A300 14 MG 9550](https://flapinternational.ig.com.br/wp-content/uploads/2023/08/MG_9550-300x200.jpg)
Foram 22 anos de operações ininterruptas do A300 na Vasp e essa história acabou sem nenhum exemplar preservado.
Bônus: fotos do ensaio air-to-air com o PP-SNL ainda com a matrícula francesa F-WZMJ:
Assista também à este vídeo com detalhes do serviço: Vasp A300
Uma resposta
Gostaria de confirmar se a VASP também não contou com um A300B2K de prefixo PP-SNI (talvez temporariamente). Lembro-me vagamente desse prefixo.