No Mar Vermelho: conheça o Aeroporto de Sharm el-Sheikh

Dias atrás, conhecemos mais detalhes do movimentado e agitado Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que completou 87 anos recentemente. Hoje, vamos viajar para o Egito e explorar o Aeroporto de Sharm el-Sheikh, porta de entrada para um dos destinos mais buscados no Mar Vermelho.

Localização

Cercada por luxuosos resorts, Sharm el-Sheikh é uma cidade egípcia situada na extremidade sul da península Sinai e banhada pelo Mar Vermelho. O local é bastante procurado por turistas, que buscam as águas cristalinas, belas praias e o agito noturno do local. Também é um ponto interessante para mergulhadores e ecologistas devido à ambulante vida marinha que habita os corais e arrecifes das águas do Parque Nacional de Ras Mohamed. O apelido “Pearl of Egypt” (Pérola do Egito) faz jus à beleza da localidade.

O Sharm el-Sheikh International Airport é uma peça essencial para receber os milhares de visitantes que todos os anos passam pela região. Ele está localizado próximo de boa parte dos hotéis e resorts e a cerca de 23km do centro da pequena cidade, que possui pouco mais de 35 mil habitantes.

História

Em 1956, com o apoio do Reino Unido e da França, Israel declarou guerra ao Egito, dando assim início ao período conhecido como Crise de Suez. Durante esse momento, os israelenses ocuparam boa parte da península de Sinai, incluindo Sharm el-Sheikh. O Egito recuperou o controle do local no ano seguinte. Anos mais tarde, em 1967, os israelenses dominaram a região mais uma vez.

Neste segundo período de ocupação, uma base aérea foi construída em 1968 pelos israelenses em Sharm el-Sheikh para uso da Força Aérea de Israel. Além do aeroporto, Israel também começou a desenvolver a área com a construção de povoados. A base militar foi bastante utilizada no período do conflito contra o Egito e a Jordânia.

Em 1979, Israel e Egito assinaram um acordo de paz e os israelenses deixaram de dominar a península do Sinai. Com os egípcios de volta no comando em 1982, o aeroporto foi aberto para uso civil.

Observando o potencial do local, o Governo do Egito desenhou um plano para desenvolver a região de Sharm el-Sheikh e com o surgimento dos primeiros hotéis, os voos comerciais no aeroporto começaram gradualmente a aumentar. Para acompanhar tal crescimento, o aeroporto passou por diversas aprimorações.

Reformas

As reformulações do terminal originalmente construído, que é conhecido como Terminal 2, terminaram em 2004. O complexo pode comportar 2,5 milhões de passageiros ao ano.

Em 2007, inaugurou-se o Terminal 1, ampliando a capacidade anual de passageiros em 5 milhões. Mais moderno e amplo, diversas empresas aéreas migraram para o novo local. Na década seguinte, o complexo passou por novas reformas de ampliação e em 2019 foi reinaugurado, passando a poder comportar 9 milhões de passageiros/ano.

Em 2008, o governo egípcio anunciou planos para a construção de um terceiro terminal e, no ano seguinte, assinou o contrato com a espanhola Pointec para o desenvolvimento do projeto. No entanto, as obras não se iniciaram até hoje. O novo complexo ampliaria a capacidade para 18 milhões de passageiros anuais.

A obra mais recente no local foi a da pista adicional 04R/22L.

Voo Metrojet 

Em 2015, Sharm el-Sheikh foi para os holofotes dos canais de notícias do mundo todo por um motivo nada bom: a queda de uma aeronave minutos após decolar do aeroporto egípcio.

Operado pelo Airbus A321 de matrícula EI-ETJ, o voo da empresa russa Metrojet decolou de “cidade dos resorts” às 5h50 (local) para São Petersburgo com 224 pessoas a bordo. Cerca de 23 minutos após a partida, o jato desapareceu dos radares ainda quando sobrevoava o Egito. No mesmo dia, um grupo do Estado Islâmico assumiu a responsabilidade da queda, afirmando que haviam derrubado a aeronave.

A ocorrência causou uma diminuição brusca do movimento no Aeroporto de Sharm el-Sheikh. Inseguros e desconfiados, diversos países baniram suas empresas aéreas de realizarem voos para o local, incluindo a Rússia, que era uma das nações com maior fluxo de turistas para a região. Na época, por exemplo, a russa Transaero voava para Sharm el-Sheikh com o Boeing 747.

Foram anos com a movimentação em baixa, mas com as melhorias na segurança local, o mercado foi se reaquecendo e as proibições foram deixando de existir. Em 2019, o Reino Unido retirou suas restrições de voos para Sharm el-Sheikh e logo após o anúncio, as empresas easyJet e TUI revelaram que iriam reiniciar suas operações para a cidade egípcia.

Os russos demoraram um pouco mais de tempo para recomeçarem suas ligações diretas com Sharm el-Sheikh e o primeiro voo entre as localidades só veio a acontecer em 9 de agosto de 2021. A Rossiya Airlines foi a responsável pela reestreia.

O Aeroporto Hoje

Com sua demanda em ritmo acelerado de recuperação, agora não mais devido ao voo 9268 da Metrojet e sim pela pandemia, o Aeroporto Sharm el-Sheikh conta hoje com ligações diretas para 60 aeroportos, em 30 países diferentes, e possui uma média de 330 voos semanais (considerando apenas voos regulares). A rota mais movimentada é para Cairo. São cerca de 75 partidas semanais da cidade litorânea para a capital do Egito. A EgyptAir utiliza às vezes até aeronaves widebody como o A330 ou o 777 para cumprir o trajeto.

Em março do ano passado, Sharm el-Sheikh passou a ganhar voos diretos com Tel Aviv. Os governos do Egito e de Israel assinaram um acordo permitindo voos entre as localidades.

Rotas Atuais

Visitante especial

Em dezembro de 2022, o Aeroporto de Sharm el-Sheikh recebeu um visitante incomum: o Airbus A300-608ST Beluga. De matrícula F-GSTC, o bimotor fez uma escala no aeroporto egípcio durante uma viagem entre Toulouse e Mumbai, na Índia.

Aviação Executiva

Além das operações comerciais, o aeroporto Sharm el-Sheikh recebe dezenas de voos da aviação executiva, incluindo grandes jatos. O movimento é ainda maior durante os meses de alta temporada.

Especificações

• Código ICAO: HESH
• Código IATA: SSH
• Pistas:

• Administração: Governo do Egito
• Elevação: 44 m
• Coordenadas geográficas: 27°58′38″N 34°23′41″E
• Passageiros anuais: entre 8 e 9 milhões

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