O dia em que um piloto destruiu a frota da Air Botswana

Da noite para o dia, tudo mudou na pequena Air Botswana quando um de seus pilotos destruiu quase todas as aeronaves que faziam parte da frota.

Era segunda-feira, 11 de outubro de 1999. O dia estava começando no Aeroporto Internacional Sir Seretse Khama, em Gaborone, capital da Botsuana, quando uma situação pegou todos de surpresa: um dos ATR 42 da Air Botswana decolou sem autorização e fora de sua programação prevista. A bordo, Chris Phatswe, piloto da empresa que estava afastado. Ele havia falhado nos exames médicos dois meses antes e não estava apto para voar.

A aeronave “roubada” foi o ATR 42-300 de matrícula A2-ABB. Fabricado em 1988, o bimotor voava na Air Botswana desde então.

Após a decolagem, Phatswe entrou em contato com os controladores e, a partir daí, se iniciou uma longa apreensão. Foram duas horas sobrevoando o aeroporto e suas redondezas com o ATR. Nesse período, o piloto fez várias comunicações. Ele disse que tinha intenção de se matar e que acertaria a aeronave nos escritórios da Air Botswana. Phatswe fez várias solicitações para falar com diversas pessoas, incluindo o presidente e vice-presidente do país, o diretor da companhia, sua namorada, entre outros indivíduos. Os controladores tentaram convencê-lo de regressar ao aeroporto e pousar a aeronave.

Com uma ameaça iminente, o terminal de passageiros foi evacuado às pressas. Os controladores colocaram Phatswe em contato com Ian Khama, então vice-presidente da Botsuana, mas o combustível da aeronave começou a se esgotar.

O piloto pousou novamente no Aeroporto de Gaborone, mas ao invés de taxiar e parar a aeronave, ele acelerou o A2-ABB contra os outros dois ATR 42 da companhia (A2-ABC e A2-AJD) que estavam parados no pátio. Os três turbo-hélices ficaram destruídos e as operações da Air Botswana foram suspensas, pois a quarta aeronave de sua frota, um BAe-146, estava fora de serviço. A empresa conseguiu retomar seus voos algumas semanas depois ao arrendar dois ATR 42 da francesa Air Littoral.

Chris Phatswe foi a única vítima fatal da ocorrência. A tragédia marcou a história não só da empresa, como também do país e da aviação.

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