Way Down South: o primeiro pouso da Pan Am na Antártida

Way Down South: o primeiro pouso da Pan Am na Antártida
Foto: Pan Am Museum

Na metade da década de 50, a US Navy estabeleceu sua primeira estação no continente gelado, marcando o início da “Operation Deep Freeze” e, aproximadamente no mesmo período, a Pan American World Airways realizou seu primeiro pouso no local.

Era uma terça-feira, 15 de outubro de 1957, quando o Boeing Model 377 Stratocruiser de matrícula N1030V e nome de batismo “Clipper America” decolou de Christchurch, na Nova Zelândia, para a estação da US Navy, na ilha de Ross, no estreito de McMurdo. A missão havia se iniciado três dias antes, quando o capitão Don McLennan e sua tripulação, além de 36 passageiros incluindo militares, jornalistas e políticos, iniciaram uma longa jornada desde São Francisco, na Califórnia, em um DC-4. Em Honolulu, o experiente comandante Ralph Walter Savory assumiu os controles e os ocupantes trocaram de aeronave, agora para o Stratocruiser. Até Christchurch, o avião realizou paradas em Kiribati e Fiji.

O quadrimotor equipado com quatro P&W R-4360 pousou no extremo sul do planeta após 8 horas de voo e percorrer 2.400 milhas, marcando o primeiro pouso de um avião comercial na Antártida.

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Foto: Pan Am Museum

Um fato gerou bastante polêmica na época. As duas aeromoças a bordo da aeronave foram as primeiras mulheres a viajarem para a estação e isso não foi visto com bons olhos por George J. Dufek, oficial responsável pelas operações no continente gelado, que teria dito durante o planejamento do voo da Pan Am “Se o voo for ter algum comissário de bordo, terá que ser homem”. Na época, somente homens trabalhavam na estação. Ruth Kelly e Patt Hepinstall foram bem recebidas, mesmo contra as vontades do oficial da US Navy, e a chegada das comissárias casou um alvoroço no local. Durante o tempo em solo, ambas participaram, como juradas, de um “Concurso de Barbas” e também de uma corrida de trenós puxados por cães entre Estados Unidos e Nova Zelândia. De acordo com um relato da época, os vencedores esperavam ganhar um beijo das aeromoças como prêmio, mas isso não aconteceu e o “prêmio” foi acompanhá-las de volta até a aeronave.

Após algumas horas em solo, o “Clipper America” se despediu da Antártida com os tripulantes e com uma parte dos passageiros, visto que os militares ficaram na estação.

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