No início da década de 90, a Airbus decidiu que era a hora de encontrar um sucessor para os Super Guppies, quadrimotores que até então realizavam o transporte de grandes componentes, como por exemplo, partes de fuselagens de aeronaves da Airbus, entre suas instalações.
A fabricante optou por criar uma derivação do A300-600 e foi daí que surgiu o projeto do A300-600ST. A montagem do gigante foi iniciada em 1992. Dois anos mais tarde, em 13 de setembro de 1994, o Beluga decolou pela primeira vez, realizando seu primeiro voo teste na região de Toulouse. Após completar 335 horas de voo durante o programa de testes, o modelo ganhou a certificação da EASA, em outubro de 1995, e a entrada em serviço aconteceu na sequência, em janeiro do ano seguinte.
Em comparação com o seu antecessor (Super Guppy), o payload do Beluga era mais de 30% superior. A Airbus equipou o modelo com dois General Electric CF6-80C2, motores aprimorados dos utilizados no A300.
O Super Guppy foi aposentado em 1997 e, nesse mesmo ano, a frota de Beluga (até então composta por três exemplares) já havia acumulado mais de 2.500 horas voadas em mais de 1.400 voos. Até 2001, a Airbus incorporou mais dois gigantes, passando a contar com cinco A300-600ST.
Além de transportar componentes da própria Airbus, os Belugas também já participaram de outras missões, como o transporte de suprimentos para ilhas no Oceano Índico após o tsunami, em 2004; o transporte de suprimentos médicos para os Estados Unidos após a passagem do Furacão Katrina, entre outras operações.
Em 2013, os cinco A300-600ST não estavam dando conta do grande crescimento da Airbus e a fabricante chegou a avaliar aeronaves como o C-17, Antonov 124 e até o Dreamlifter para ampliar seu fluxo de transportes. Mas outra decisão foi tomada: modificar, agora, o A330-200 e lançar o BelugaXL.
Com 30% a mais de capacidade que a versão anterior, o A330-743L (BelugaXL) voou pela primeira vez em julho de 2018 e entrou em serviço em janeiro de 2020. Ao todo, seis exemplares foram construídos, sendo o último entregue em julho de 2024 (F-GXLG).
Hoje com dez Belugas em operação, a Airbus os dividiu dois grupos: quatro A300-600ST fazem parte da Airbus Beluga Transport – AiBT (empresa criada para atender demandas de grandes cargas não relacionadas à Airbus) e seis A330-743L fazem parte da Airbus Transport International, subsidiária da fabricante para transporte de seus componentes.
Para encerrarmos nossa viagem pela história do Beluga, o modelo já passou por dois aeroportos brasileiros: Fortaleza e Campinas. A operação aconteceu em 2022 e foi realizada por um A300-600ST, transportando um helicóptero H160 ao Brasil.