Ramstein: 35 anos de um dos piores desastres em um show aéreo

Ramstein: 35 anos de um dos piores desastres em um show aéreo
Foto: ANSA

Há exatos 35 anos, acontecia o Desastre de Ramstein, uma ocorrência que vitimou 70 pessoas e feriu outras 500 e se tornou uma das piores tragédias em shows aéreos na história da aviação.

Era domingo, 28 de agosto de 1988. Por volta de 300 mil espectadores estavam presentes na Base Aérea da USAF de Ramstein, na ainda Alemanha Ocidental, assistindo a exibição aérea Flugtag ’88, com diversas atrações, entre elas, a Frecce Tricolori da Aeronatica Militare Italiana.

Os dez Aermacchi MB-339 PAN da equipe italiana decolaram às 15h40 (local) para a sua performance e, para a execução da manobra “Pierced Heart” (coração perfurado), os jatos se dividiram em três partes: um grupo com 5 aeronaves, outro grupo com 4 aeronaves e uma aeronave isolada, o “Pony 10”. Enquanto os dois primeiros grupos realizariam o coração, o Pony 10, comandado pelo Ten. Coronel Ivo Nutarelli, seria o responsável por efetuar a “perfuração” no coração desenhado, voando em direção à plateia. Quatro minutos após a decolagem, durante a realização do Coração Perfurado, três das dez aeronaves acabaram se colidindo. Por um erro de coordenação, o “Pony 10” se chocou contra o “Pony 1”, pilotado pelo Ten. Coronel Mario Naldini, que, por conta da colisão, acabou se chocando com o “Pony 2”.

Em chamas, o “Pony 10” caiu sobre os espectadores, causando a maior parte das fatalidades daquele fatídico dia. O “Pony 1” caiu no eixo da pista, e mesmo tendo se ejetado, o Ten. Coronel Mario Naldini faleceu, uma vez que o paraquedas não abriu devido à baixa altitude. A aeronave ainda atingiu um Sikorsky UH-60 Bçack Hawk, que estava presente no evento em caso emergência médica. O piloto do helicóptero veio a falecer alguns dias depois por conta das queimaduras. Como uma bola de fogo, o “Pony 2” caiu ao lado da pista após o choque com o “Pony 1”.

A ocorrência vitimou 70 pessoas, sendo os três pilotos de cada jato e 67 espectadores, dos quais 28 faleceram imediatamente ao serem atingidos por destroços das aeronaves e outros itens em solo.

A situação gerou diversas críticas e mostrou várias falhas quanto aos serviços de emergência, principalmente em cima dos militares norte-americanos, que não autorizaram as ambulâncias alemãs a ingressarem na base aérea, durante alguns valiosos minutos. O centro de resgate em Kaiserslautern somente soube da ocorrência após 1 hora do acontecido e o time de resgate, com pouca eficiência e coordenação, também dificultou a operação de salvamento das vítimas. A confusão ficou ainda maior por conta de divergências nos padrões das equipes norte-americana e alemã.

Na época, surgiram hipóteses e teorias sobre sabotagem ou problemas técnicos no avião de Ten. Coronel Ivo Nutarelli. De acordo com o jornalista alemão Werner Reith, Nutarelli e Naldini tinham informações importantes sobre a polêmica queda do voo 870 da Itavia, em 1980. A investigação concluiu que o “Pony 10” chegou ao ponto de cruzamento mais baixo e mais rápido do que o esperado e Nutarelli foi incapaz de corrigir a altura e a velocidade da aeronave, causando a colisão com o “Pony 1”.

Após o acidente, diversas medidas foram tomadas em relação à shows e festivais aéreos e a segurança em eventos dessa categoria aumentou consideravelmente. A distância da realização das manobras em relação à plateia foi ampliada, bem como os mínimos para voos em baixa altitude em apresentações. Também passou-se a exigir uma resposta muito mais rápida das equipes de emergência.

Assista ao vídeo:

 

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