Localizada a apenas 29 milhas da Linha do Equador, a República de Nauru conquistou sua independência no ano de 1968 e, desde então, passou a ser o menor país insular (em uma ilha) do mundo. Com um território de 21 km², é possível percorrê-lo de ponta a ponta (com um veículo motorizado) em pouco mais de 30 minutos. A ilha é ‘abraçada’ pelo Oceano Pacífico e está situada na região da Micronésia. Quase 10 mil pessoas vivem por ali e pouco mais de 700 delas habitam capital Yaren. O país é um dos menos visitados por turistas no mundo.
Esse local tão singular no nosso planeta é casa da empresa aérea Nauru Airlines. Fundada em 1969 como Air Nauru, a companhia começou suas operações no ano seguinte. No início, a empresa operava voos não regulares entre Nauru e Brisbane, na Austrália, com uma aeronave arrendada. Em 1972, a companhia começou efetivamente os voos regulares, que eram realizados por dois Fokker 28 Fellowship.
Crescimento expressivo
Em 1975, chegou o primeiro Boeing 737-200 (Combi) e cerca de um ano depois, dois Boeing 727-100 se juntaram à frota da aérea, que no final da década de 70 vendeu o seu par de Fokker 28s. Posteriormente, mais jatos da Boeing chegaram para a Air Nauru e no ano de 1983 ela atingiu o seu pico de maior quantidade de aeronaves em operação: sete.
Esse período de crescimento na companhia acompanhou o boom do fosfato na ilha. A descoberta e exploração do fosfato colocou Nauru nos holofotes e entre os países mais ricos do mundo (per capita). Nessa época, a Air Nauru voava para 30 destinos em 15 diferentes países. Um número impressionante para uma empresa com sete aeronaves, baseada em uma pequena ilha no meio do Pacífico, que habitava apenas 8 mil pessoas naqueles tempos. Algumas cidades, como Honolulu, no Havaí; Manila, nas Filipinas; Hong Kong, Sydney e também Cingapura faziam parte da grande rede de rotas da companhia, além de ilhas como Chuuk, Pompeia e Kiribati.
Mesmo com todo esse desenvolvimento, a Air Nauru era alvo de críticas por parte de seus passageiros. O motivo: constantes cancelamentos e atrasos. A suspeita para essa situação não agradável aos clientes era de que as aeronaves estavam sendo utilizadas para questões pessoais dos líderes do país, causando assim uma desorganização nos voos regulares previstos pela companhia.
Redução da frota e da malha
A má reputação foi impactando diretamente os próximos passos da Air Nauru, que agora em vez de continuar crescendo, começou a encolher aos poucos. Em 1988, a frota já havia reduzido para quatro aeronaves, sendo três Boeing 737s e um Boeing 727-100 arrendado da Trans Australia Airlines. A empresa, que então voava para diversos destinos, foi aos poucos reduzindo sua malha aérea.
No início da década de 90, dois dos três Boeing 737-200 foram substituídos por dois Boeing 737-400. O Boeing 737-200 restante era o com a configuração Combi e permaneceu na frota realizando voos mistos de passageiros e cargas.
Privatização | crise financeira
Em 1996, a Air Nauru foi privatizada e, nesse mesmo ano, somente uma aeronave restava na frota da companhia: um Boeing 737-400.
Na década de 90, o fosfato na ilha acabou e Nauru começou aí a enfrentar uma crise financeira.
Os anos 2000 foram turbulentos não só para o país, mas também para a Air Nauru, que teve suas operações diretamente afetadas. Em 2005 sua única aeronave foi retirada de serviço a pedido dos proprietários. O Boeing foi apreendido no Aeroporto de Melbourne, na Austrália, e a ilha de Nauru ficou sem nenhum serviço aéreo.
Mudanças de nome
Em outubro de 2006, a Air Nauru foi reativada sob um novo nome: “Our Airline” (Nossa Companhia Aérea). Em 2014, com dois Boeing 737-300 em sua frota, a companhia trocou sua identidade novamente e passou a se chamar Nauru Airlines (nome atual).
Nauru Airlines atualmente
A Nauru Airlines é a única linha aérea a operar voos de/para Aeroporto Internacional de Nauru (INU/ANYN), seu principal hub operacional. De lá, a empresa conta com cinco ligações semanais para Brisbane, na Austrália, uma semanal para Nadi, nas Ilhas Fiji, e um voo na semana para Kiribati. A companhia ainda possui um Island Hopping (pinga-pinga entre ilhas) semanal, partindo de Nauru para Kiribati (Tarawa), depois Majuro e por fim Pompeia, na Micronésia.
A frota atual da Nauru Airlines segundo o Planespotters.net:
Modelo |
Matrícula |
Idade |
Configuração |
| Boeing 737-300 | VH-ONU | 25,4 anos | CARGO |
| Boeing 737-300 | VH-PNI | 26,4 anos | PASSAGEIRO (Y130) |
| Boeing 737-300 | VH-XNU | 23,5 anos | PASSAGEIRO (Y130) |
| Boeing 737-300 | VH-YNU | 23,6 anos | CARGO |
| Boeing 737-700 | VH-INU | 17,4 anos | PASSAGEIRO (C6 Y120) |
A mais recente adição na frota da companhia foi o Boeing 737-700. O jato chegou em julho de 2021, pouco depois do 737-300 VH-YNU. Novato na frota, o VH-INU possui mais de 17 anos de experiência e já voou na Air China e Surinam Airways, antes de chegar na aérea do Pacífico.
Mais econômico que seus irmãos ‘mais velhos’, o Boeing 737-700 trouxe consigo uma novidade para a companhia: o novo esquema visual. A bonita e chamativa nova pintura da Nauru Airlines foi apresentada pelo presidente do país, Lionel Aingimea, e também pelo presidente da aérea, Dr Kieren Keke. Ela traz as cores da bandeira de Nauru e até lembra um pouco a pintura utilizada pela companhia no passado, mas com um ar mais fresh. Além do VH-INU, o Boeing 737-300 de matrícula VH-XNU também já conta com o novo visual. Os demais exemplares da frota devem receber a pintura em breve.
Sem o fosfato, Nauru precisou se reinventar ao longo dos anos e hoje a economia do país é baseada principalmente em pesca, agricultura, serviços e uma pequena parcela vem do turismo. Atualmente, o país figura na lista dos menores PIBs no mundo e depende financeiramente de outras nações. A Nauru Airlines, por sua vez, está voltando a crescer e em 2021 além do Boeing 737-700, outros dois da versão -300 chegaram na frota da companhia.
E aqui terminamos a história da Nauru Airlines. Você conhecia essa companhia?
